Em homenagem às mães, transcrevemos, do Jornal O ALVITRE (impresso), o belo soneto MÃE de José Bonfim, imortal vate nazareno:
Mãe
Ó mãe, por que diante de teus olhos
Eu não posso mentir sem padecer,
Conhecerais nos íntimos refolhos,
O coração, que julgo já não ter?
Quando menino, sobre um mar de abrolhos,
Costumava em teu seio adormecer,
Nesta velhice mal diviso escolhos,
Sinto ainda o teu vulto aparecer.
Eu pensava que fôssemos apenas
Dois corações sofrendo as mesmas penas
No mais sublime dos sublimes laços.
Mas vejo, ó mãe, bem claro, sem rodeio,
Que foi teu ser que se partiu ao meio
Que se desfez um dia em dois pedaços.
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